sábado, 8 de março de 2008

DESABAFO PESSOAL

Para quem leu o post anterior "BARBAS DE MOLHO", talvez não tenha compreendido a amplitude espiritual do mesmo. Mas, digo que para mim, que há quase quatro anos ininterruptos venho fazendo uso do microfone a fim de ministrar às vidas alheias, este texto falou muitíssimo forte.
Venho me sentindo assim já a algum tempo. São incontáveis as vezes em que, pela misericórdia do Senhor, fui usado por Deus para alertar alguém de algum perigo, para corrigir o erro de algum servo, para abençoar algum necessitado, etc. Porém, em quase todas as ocasiões, a resposta do público é apática, desinteressada. É como se falássemos ao vento. Não me refiro às expressões faciais e físicas que são feitas durante as ministrações, e sim, às reações que ocorrem a posteriori.
Faltar-me-ia o tempo para falar de obreiros que se rebelaram ainda que previamente avisados dos perigos da rebeldia; de adolescentes instruídos acerca dos males da desobediência, e ainda assim optaram pelo caminho do pecado; de ímpios que, alertados sobre a consequência da vida sem Jesus, insistiram em rejeita-lo e até mesmo de crentes que, receberam orientação da vida cristã prática, mas mesmo assim persistem em seus maus costumes pagãos.
Às vezes, é como se nosso trabalho fosse vão. É como se as palavras que DEUS nos revela nada significassem aos ouvintes. Não é raro, em qualquer igreja, reparmos em pessoas dormindo, cochilando, conversando, afinando instrumentos, indo ao banheiro, passando bilhetinhos e mascando chiclés durante as pregações, numa clara demonstração de descaso ao que o SENHOR tem a dizer.
O que me consola é a história do pregador itinerante que, à beira da rua, clamava contra as injustiças praticadas pelo povo que por ali passava. Ainda que ninguém parasse para ouvi-lo, ele continuava com o mesmo fervor e discurso ao longo dos anos. Um dia, alguém parou e lhe perguntou:
-Senhor, há muito tempo eu venho ouvindo suas pregações tentando modificar o comportamento desta população e, observo que ninguém lhe dá a devida atenção e ainda assim o senhor insiste em alertá-los. Porquê o senhor continua?
-Simples - respondeu o pregador - se eu parar, eles é que terão conseguido me modificar!
"Prega a palavra, insta a tempo e fora de tempo, admoesta, repreende, exorta, com toda longanimidade e ensino" (2 Timóteo 4:2).

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