terça-feira, 11 de março de 2008

O ARGUMENTO DA JUMENTA

"Viu, pois, a jumenta o Anjo do SENHOR parado no caminho, com a sua espada desembainhada na mão; pelo que se desviou a jumenta do caminho, indo pelo campo; então, Balaão espancou a jumenta para fazê-la tornar ao caminho. Vendo, pois, a jumenta o Anjo do SENHOR, coseu-se contra o muro e comprimiu contra este o pé de Balaão; por isso, tornou a espancá-la. Vendo a jumenta o Anjo do SENHOR, deixou-se cair debaixo de Balaão; acendeu-se a ira de Balaão, e espancou a jumenta com a vara". (Números 22:23 - 27)

Ao desviar-se do Anjo do Senhor que obstruia seu caminho, a jumenta de Balaão foi surrada por seu dono. O motivo? Sua renitência em desviar de um itinerário que fatalmente redundaria na morte daquele que a montava, a saber, o próprio Balaão.
Quantas vezes isto acontece conosco? Somos blasfemados, maltratados, desprezados e até mesmo agredidos só porque tentamos converter os infiéis de seus maus caminhos. "Há caminhos que ao homem parece direito, mas o fim deles é a morte" (Pv. 14:12). Por não querermos que ninguém morra, porque o SENHOR não se agrada da morte do ímpio, agimos para com eles tal qual a jumenta fez com Balaão. A recompensa? Bem... tanto a dela quanto a nossa até que é bem similar!
Creio que os golpes desferidos contra a jumenta nem lhe doessem tanto se não partissem justamente de seu dono. Anos de obediente serviço de nada serviram ao irritado Balaão, que estava tendo sua vida salva pela suposta desobediência de seu animal de carga. Assim como nós, a pobre jumenta havia visto o que os olhos carnais de seu dono não podiam alcançar. Os cristãos conseguimos avistar perigos onde os pecadores sequer imaginam. Ao tentarmos desviar suas rotas, recebemos agressões e pancadas parecidas com as que Balaão dispensou à pobre jumentinha.
Talvez, estivessemos nós na condição da jumenta, desistiríamos de poupar a vida de Balaão. Afinal, era a vida dele que corria risco, e não a dela. Todavia, nem a presença aterrorizante do Anjo do Senhor (espada na mão, posição de combate e em condição de inimigo), nem a topografia acidentada do caminho escolhido e nem mesmo as dores proporcionadas pelos golpes de Balaão fizeram-na demover-se de seu intento primário - salvar a vida de seu dono. Assim como nós, que não devemos deixar que nenhuma situação adversa frustre nosso alvo maior que é salvar vidas.
Quando a situação estava ficando insuportável e as forças físicas da jumenta já começavam a esvaírem-se, nosso Deus operou o grande milagre de dar o dom da fala àquele animal irracional. Podemos contar com a providência divina nas horas de maior aperto. Ele sempre, sempre, vai operar um milagre em nosso favor, ainda que nossos recursos se esgotem, para que possamos abrir a boca na hora certa, e assim, converter os perversos de seu mau caminho.

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