domingo, 26 de outubro de 2008

FUTEBOL DO BRASIL NO TERCEIRO MILÊNIO

Como disse no post anterior, o Brasileirão de pontos corridos trouxe profundas mudanças no cenário do futebol brasileiro. E a principal delas foi o aparecimento de uma elite restrita no futebol nacional, ou seja, clubes que têm estado à frente dos demais e que efetivamente entram como favoritos na disputa das competições.
Antes, eram por volta de 12 a 15 clubes os tidos como "sérios candidatos ao título brasileiro". Até porque, bastava chegar em oitavo na primeira fase para poder conquista-lo na fase de mata-mata. Hoje, não passam de 6 os clubes que realmente entram para ganhar a Taça, pois só o primeiro lugar interessa. Seja previamente, seja no decorrer da competição, sempre surge um bolo de times que se sobressaem-se aos demais. E hoje, este bolo está bem menor.
De 2003 para cá, tanto o São Paulo (atual bicampeão nacional) quanto o Cruzeiro (primeiro campeão dos pontos corridos) consolidaram sua posição de grandes clubes do Brasil. Estão sempre disputando o título, ou ao menos uma vaga na Libertadores da América. Contam com excelente estrutura para o futebol (CT, estádio...) e um celeiro de craques em suas categorias de base, donde saem grandes jogadores.
Tudo que foi dito no parágrafo anterior em relação ao São Paulo e ao Cruzeiro pode ser aplicado ao Internacional de Porto Alegre, sendo que este não tem dado muita sorte na hora de consolidar sua hegemonia, pois até mesmo o Brasileirão de 2005 - seu por direito - foi descaradamente roubado para o Corinthians. E o Flamengo, apesar de não ter estádio próprio e nem um CT de grande qualidade - perdeu Fla-Barra para o Vasco da Gama - tem excelentes valores em suas categorias de base e tem montado times competitivos nos últimos anos. Como é o único clube patrocinado por uma empresa estatal (PETROBRÁS), possui a maior parte da cota de televisão e detentor da maior torcida do Brasil - há quem diga do mundo, mas eu não acredito - jamais deixará de configurar entre os grandes do país.
Há os chamados clubes emergentes, clubes que estão a frente dos demais mas não estão no mesmo nível dos quatro citados nos parágrafos anteriores. São eles: Palmeiras, Santos e Grêmio. Possuem boa estrutura (estádio e CT) e boa formação na base, mas ainda são dependentes de parcerias e patrocínios, o que faz com que suas campanhas sejam um tanto quanto irregulares - podem disputar o título em uma temporada e estarem lutando contra o rebaixamento na outra e vice-versa).
Clubes como Botafogo, Coritiba, Goiás, Figueirense, Sport Recife e Atlético Paranaense estão em estado de evidente evolução estrutural. São clubes com modelos modernos de administração e possuem belos estádios e Centros de Treinamento. Ainda são deficitários nas categorias de base e, por mais que estejam crescendo, o déficit passado ainda é muito grande e por isso eles ainda não figuram entre os primeiros. Ao longo dos anos, alguns destes estarão na elite.
O futuro não parece ser tão promissor para Fluminense, Atlético Mineiro, Vasco, Corinthians e Vitória. Cada um deles tem uma esperança: o Flu tem Xerém, celeiro de jogadores revelações; o Atlético tem tradição; o Vasco além de um excelente CT, tem estádio próprio; o Corinthians tem a segunda maior torcida do país e o Vitória tem se recuperado de grave crise. Mas não creio que nada disso será suficiente para coloca-los entre os primeiros. O Vitória não é um clube moderno, o Corinthians não tem boa estrutura, o Vasco está falido, o Atlético não tem estádio próprio e o Flu é o totalmente dependende de seu patrocinador - e patrocínios não são eternos.
Alguns clubes que muitos consideravam grandes como Portuguesa, Santa Cruz, Guarani, Ponte Preta e Paysandu simplesmente desapareceram do mapa futebolístico. Os clubes do parágrafo anterior podem ter final semelhante se algo não mudar em suas administrações. Sem contar clubes com Juventude, Paraná e Náutico, cuja única tarefa no Brasileirão, seja em qual divisão estiverem, será sempre a de tirar pontos dos favoritos.
É lógico que este quadro pode mudar, mas a princípio, está é a configuração do futebol brasileiro atualmente.

MUDANÇAS NO FUTEBOL BRASILEIRO

Em 2003, o Campeonato Brasileiro passou a ser disputado por pontos corridos. Uma mudança aparentemente superficial, causou, em poucos anos, profundas mudanças na configuração futebolística nacional. E, ao longos dos anos, estas mudanças se acentuarão de tal modo, que o futebol brasileiro perderá a principal característica que o destacou nos últimos 30 anos: o equilíbrio entre os times.
No passado, a CBF organizava ou estimulava a organização de pequenos torneios de tiros curtos tais como Municipais, Estaduais, Rio-São Paulo, Nordestão, Sul-Minas, Copa do Brasil, Torneio dos Campeões e um sem número de taças de diversos nomes. Isso aumentava a chance de um clube sagrar-se campeão no ano, devido as muitas disputas das quais ele participava. Alguns clubes sem grande tradição nacional comemoravam títulos e até mesmo ganhavam o direito de representar o país em competições internacionais.
Um belo exemplo é o Paysandu, clube paraense cuja maior façanha foi ter derrotado o Boca Júniors em plena Bombonera. O clube foi campeão de um torneio da CBF e ganhou o direito de disputar a Libertadores da América do ano seguinte. Detalhe: o torneio foi disputado no Norte e Nordeste pelos clubes que haviam sido campeões de outros torneios da CBF, sendo o Paysandu um dos únicos representantes daquela região.
O campeonato brasileiro era apenas mais uma dessas inúmeras competições. Durava em média 5 meses e começava em forma de liga (pontos corridos) e terminava em forma de copa (mata-mata) onde os 8 primeiros colocados duelavam pela taça. Ele era disputado no segundo semestre, começando em agosto e terminando em dezembro. Enquantos os 8 clubes mais bem colocados travavam jogos de tensão e emoção, os outros 16 clubes (em média) limitavam-se a assisti-los, ficando por volta de 3 ou 4 meses inativos, acumulando dívidas e frustrando seus torcedores.
Por outro lado, no ano subsequente, os 16 clubes que não haviam se classificado para a fase de mata-mata do Brasileirão entravam com vantagem nas competições, pois gozavam de maior tempo para planejamento e preparo. Isso produzia um certo "rodízio de campeões". Confira a lista abaixo dos campeões nacionais de 1992 a 2002, último campeonato brasileiro deste formato que estamos tratando:
1992 - Flamengo
1993 - Palmeiras
1994 - Palmeiras
1995 - Botafogo
1996 - Grêmio
1997 - Vasco
1998 - Corinthians
1999 - Corinthians
2000 - Vasco
2001 - Atlético Paranaense
2002 - Santos
Como vemos, não havia uma elite nacional. Ou então, se havia, ela era bem abrangente, pois em 11 torneios disputados, houve 7 diferentes campeões. Mas, veio o campeonato de pontos corridos e acabaram-se os torneiozinhos caça-níqueis. Com isso, começa a surgir uma restrita elite do futebol brasileiro - clubes que começam a destacar-se dos demais. No passado, os 4 grandes do RJ e de SP, os dois grandes de MG e do RS e até mesmo os clubes da Bahia e do Paraná eram vistos como favoritos do Brasileirão, tamanho equilíbrio entre eles. Equilíbrio fomentado pelos pequenos torneios disputados antes do Brasileirão, os quais, pela fórmula de tiro curto, sempre reservava surpresas e zebras.
No meu próximo post, tratarei das configurações que, a meu ver, darão a tônica no futebol brasileiro do terceiro milênio.

terça-feira, 21 de outubro de 2008

O BEIJO DA DISCÓRDIA


Vejam esta notícia veiculada na internet no dia 20 de outubro:

"O advogado católico, Guilhermo Grisólia, enviou na última semana um comunicado ao jornal 'La Capital de Rosario' pedindo para que seja retirada de um museu em Buenos Aires a pintura onde o Super- homem beija a boca de Jesus Cristo. A pintura, do artista Mauro Guzmán, de 31 anos, é uma sátira à obra de arte denominada "A maior, mais bela e mais heróica história de amor de todos os tempos".

Em declarações ao jornal, Grisólia disse que pediu "por carta-documento aos

representantes do museu que tenham o bom senso de retirar de imediato a obra ou ele recorrerá a via judicial".O secretário de Cultura de Buenos Aires, Fernando Farina, disse que "as críticas serão levadas em conta", mas advertiu que "de nenhum modo se está pensando em retirar a obra", adquirida no ano passado pelo museu por 2 mil dólares.Neste ano, Guzmán ganhou o prêmio máximo da 17ª feria de arte contemporânea ArteBa, de Buenos Aires".

Esta pequena notícia que eu recebi aqui mesmo no blog demonstra claramente a rivalidade acentuada entre o cristianismo e os homossexuais. E a tendência é que ela vá rescrudescendo até que a Igreja seja arrebatada. O número de homossexuais cresce bem mais do que o número de cristãos verdadeiros. E há até homossexuais cristãos, embora não existam cristãos homossexuais. A homossexualidade tem sido um tema cuja abordagem tenho procurado evitar. Mas, num futuro próximo, garanto que trarei estudos e expressarei minha opinião, à luz da Bíblia, acerca deste assunto.

Por enquanto, quero apenas asseverar que o advogado da notícia da que estamos tratando está cometendo um grande equívoco. Observem que a notícia não é a pintura em si, mas o protesto do Sr. Guilherme Grisólia. Tentando condenar a atitude do artista, o sr. Guilherme só fez lhe dar maior publicidade. Equívocos semelhantes têm sido cometidos pela maioria dos líderes católicos e evangélicos do mundo inteiro: a perseguição desenfreada contra a manifestação gay.

Ora, se o doutor em questão incomodou-se com a imagem, não vá mais naquele museu até que ela seja retirada. Ou então, vá ao museu e ignore o quadro. Comentasse, debatesse, contestasse mas não abrisse brechas para que nós, cristãos, sejamos tachados de intolerantes e ditatoriais. Raramente vemos um gay às portas de nossas igrejas manifestando-se contra o cristianismo. Então, porque nós vamos ao habitat deles incomoda-los?

Nós sabemos que não somos deste mundo. E nossa função enquanto aqui estivermos será de amar e divulgar o amor de Cristo, inclusive aos homossexuais que quiserem libertar-se desta prática antinatural. Quanto aos que não quiserem, que recebam nosso respeito. Não concordamos com a prática, mas não devemos execrar os praticantes. Cabe a Deus o julgamento de cada alma, e não a nós.

Por outro lado, bem que o pintor Gúzman poderia ter evitado semelhante polêmica. Jamais ele pintaria o Super-homem beijando o profeta Mohamed, porque no dia seguinte, um avião cairia em sua casa. Como os cristãos tendem a ser pacíficos, muitos abusam desta virtude. Com tantas personalidades que poderiam estar ali, porque a escolha de Jesus Cristo? Com certeza, ele estava querendo provocar. Uma provocação infantil e desproposital, mas não deixa de ser uma provocação.

Esse é um ponto que debaterei mais adiante. Acho que nem certos cristãos e nem certos gays sabem viver em democracia. Qualquer manifestação contra a prática homossexual, os gays levam como se fosse uma ofensa pessoal. Parece até que todos somos obrigados a achar correta esta prática. E nós, cristãos, não sabemos reagir quando a nossa fé é zombada e escarnecida, e partimos para atitudes típicas de mundanos e em nada condizentes com as virtudes do Espírito Santo. Alguns chegam ao extremo da violência verbal ou até mesmo física.

Enfim, repudio as atitudes tanto do pintor Mauro Gúzman que fez um quadro com a clara intenção de zombar da fé cristã quanto do advogado católico Guilherme Grisólia por querer censura-la. O que vemos aqui é um abuso do direito: do direito de pintar e do direito de protestar. Se estes cidadãos soubessem que a liberdade deve ser limitada pelo respeito, esta notícia sequer teria existido.

INTERVENÇÃO DIVINA

Se pedirmos a alguém para descrever ou pintar o céu, até mesmo os ateus irão ilustrar um lugar de paz e sossego. Não é próprio do imaginário humano visualizar o céu como um lugar de longas filas, engarrafamentos, tormentos e barulhos. O céu realmente não é assim. O pouco que podemos observar dele aqui da Terra já nos provoca uma sensação de tranquilidade. Não há nada mais relaxante que observar o lindo céu azul!
Porque a Terra não é assim? Há quem afirme que o inferno é aqui, tamanha diferença entre o quadro descritivo do céu e o quadro descritivo terrestre! Aqui na Terra, há uma série de turbulências, distúrbios e mazelas que certamente não estão presentes no cotidiano celestial. Mas, a diferença entre o céu e a Terra é o governo. Enquanto Deus comanda e administra todo o Reino do Céu, aqui na Terra somos nós, os humanos, quem damos as cartas.
E é justamente porque Deus não intervem com frequência em nosso planeta que estamos à beira do colapso. E Deus não age soberanamente na Terra como Ele faz no céu só por um fator: nós escolhemos viver longe Dele e Deus respeita nossas escolhas. Isso é fato. Ele respeita tanto, que o ser humano até ousa duvidar de seu poder. Ou até mesmo de sua existência. Quase sempre os que apóiam a idéia da inexistência do Divino recorrem aos mesmos argumentos:
"Se Deus existe, então porque há tantas mortes?"
"Se Deus existe, então porque há tantas injustiças?"
"Se Deus existe, porque há tantas tragédias"?
Que há mortes, injustiças e tragédias, ninguém pode discordar. Entretanto, atribui-las a Deus é esquivar-se de suas próprias responsabilidades. Pois qual morte não é provocada pelo próprio ser humano? Alimentamo-nos mal, levamos uma vida sedentária, nos enchemos de vícios, causamos poluição no ar, no mar, na Terra, desmatamos as árvores, desequilibramos o meio ambiente, vivemos em meio ao barulho e ao estresse e ainda almejamos longevidade?
Quanto à injustiça, quem a pratica senão o ser humano? Qual das criaturas de Deus podemos acusar de injustiça? O leão? A cegonha? O pernilongo? Não, meus nobres amigos! É o ser humano quem mata, rouba e destrói. Estupros, sequestros e escândalos são provocados por homens e mulheres e não por Deus. Adultérios, maracutaias e trapaças também estão na natureza da humanidade e não na natureza divina.
Quanto às tragédias, também são provocadas pelo ser humano. É ele e não Deus quem contrói aterros, impondo aos mares limites maiores do que os traçados por Deus. E, quando ocorre uma revolta do mar em forma de ondas gigantes, é a Deus quem eles culpam. Embarcações que afundam, pontes que caem, tetos que desabam... tudo isso é obra do homem. Furacões, tufões, terremotos e maremotos também são reações da natureza contra aqueles que a subjugam: os seres humanos. Até mesmo a erupção vulcânica que destruiu a cidade de Pompéia é culpa do homem; afinal, é muita falta de inteligência edificar uma cidade tão próxima de um vulcão. Ainda que adormecido, não ignoramos os desastres que ele pode provocar se for despertado.
O que a humanidade precisa entender é que Deus não intervem no planeta Terra usando sua soberania justamente pelo fato de que Ele não é bem vindo aqui. Jesus Cristo, o filho de Deus, é a expressão máxima da intervenção divina na história humana. E vocês sabem muito bem o que fizeram com Ele!
Não se pode mais falar de Deus nas escolas. Acreditar em Deus é, para muitos, sinônimo de ignorância intelectual. A humanidade zomba do Criador. Provoca-o. A maior parte prefere ignorá-lo. Outros optam por venerá-lo a fim de receber algo de sua parte, ainda que não desejem conhecê-lo. Há até mesmo igrejas, ditas de Deus, em que há de tudo por lá, menos Sua real presença. Sim, de fato é raro encontrar um lugar onde Deus se sinta em casa nesta humanidade corrompida.
Nós, cristãos, sabemos que Deus intervirá novamente na história humana. E desta vez, de uma forma impositiva e não de uma forma convidativa como hoje. Jesus Cristo voltará. Mas não para ser crucificado. E sim, para reinar. E no Reino de Deus na Terra, realmente desfrutaremos a paz, a justiça e a saúde. É por isso que oramos constantemente: "VENHA A NÓS O TEU REINO, E SEJA FEITA A TUA VONTADE ASSIM NA TERRA COMO NO CÉU".
Haverá quem não goste, porque para que alguém reine, outro tem que ser deposto. Os que não atendem ao propósito para o qual Deus os criou, não herdarão o Reino de Deus aqui na Terra, porque todas as criaturas se sujeitarão ao Criador. E quem não se sujeita aqui, agora, também não se sujeitará no porvir.
Seria bom se a humanidade se preparasse para a intervenção Divina que se aproxima, porque depois que ela vier, nada será como antes. Todavia, o que temos visto é um afastamento cada vez maior entre as criaturas e o Criador. Por isso é que quando o Dia do Senhor chegar, será dia de lamentação mais do que de alegria. Porfiemos para que aquele Dia traga-nos júbilo e não desalento. Tudo dependerá de nossa atitude para com Ele.
E você? Está preparado?

OU ISTO OU AQUILO



Ou se tem chuva e não se tem sol,
ou se tem sol e não se tem chuva!

Ou se calça a luva e não se põe o anel,
ou se põe o anel e não se calça a luva!

Quem sobe nos ares não fica no chão,
quem fica no chão não sobe nos ares.

É uma grande pena que não se possa
estar ao mesmo tempo nos dois lugares!

Ou guardo o dinheiro e não compro o doce,
ou compro o doce e gasto o dinheiro.

Ou isto ou aquilo: ou isto ou aquilo...
e vivo escolhendo o dia inteiro!

Não sei se brinco, não sei se estudo,
se saio correndo ou fico tranqüilo.

Mas não consegui entender ainda
qual é melhor: se é isto ou aquilo.


Cecília Meireles

ENQUANTO TIVER TEMPO

"Se possível, quanto depender de vós, tende paz com todos os homens". (Rm 12:18).
Vejam este testemunho de Rose Thomas que minha amiga Ana Paula me enviou:

"Minha sogra e eu tínhamos o mais complicado relacionamento. Ela achava que meu marido a havia traído, ao converter-se à minha fé, e eu me sentia rejeitada. Ao longo dos anos, tivemos mais do que a nossa cota de mal-entendidos e comunicação truncada.
Para proteger meus sentimentos, construí um muro ao redor do meu coração. Eu encurtava nossas conversas a respeito dos meus filhos; poucas vezes falava sobre questões pessoais e raramente nos visitávamos. Eu me consolava recordando cada uma das ofensas e toda minúscula mágoa que ela impunha sobre mim. Mas eu sofria, porque a mulher a respeito de quem eu tinha tanta coisa contra, havia criado um das pessoas mais generosas, maravilhosas e compassivas que conheço – meu esposo.
Eu queria dizer-lhe que via meu esposo nela. Ela também era muito generosa. Embora eu expressasse agradecimento por todos os seus presentes para nós, queria escrever-lhe uma cartinha para que ela soubesse que eu verdadeiramente a amava e admirava. Queria relacionar todas as coisas que tínhamos em comum, e desejava que ela soubesse que eram elas o motivo pelo qual meu esposo me escolheu como mulher. Nunca escrevi. Meu orgulho não me deixava.
Um dia, meu esposo me informou que sua mãe sofrera um derrame. De repente, a vida tomava um rumo inesperado. Eu não tinha o controle sobre o tempo, afinal de contas. O que eu havia deixado de fazer por longo tempo, teria de fazer num tempo difícil. Corri para o hospital, orando: Por favor, Senhor, fica junto de minha sogra; concede-lhe Tua paz e perdão. Enquanto orava, esperei ter tempo suficiente para ser mais bondosa, para perdoar e ser perdoada, e amar incondicionalmente.
Durante as duas semanas seguintes, orei e cantei com ela. Minha sogra havia perdido a fluência na fala, seu linguajar era infantil, mas cantarolava os hinos enquanto eu cantava. Um dos que cantávamos juntas era “Há um Rio Cristalino”. Eu ia ao hospital quando ninguém estava lá, segurava as mãos dela e orava. Expressei gratidão a Deus pela vida dela e supliquei perdão por ter perdido tempo concentrando-me nas mágoas em vez de naquilo que havia de bom na minha sogra. Quando ela morreu, fui dominada pelo pesar e a perda, mas me sentia grata pelo curto tempo durante o qual Deus me permitira cuidar dela.
Querido Deus, por favor, ajuda-me a ver o bem nos outros e, quanto depender de mim, que eu viva em paz com todos".