segunda-feira, 9 de novembro de 2009

SHOW DO PG EM SÃO GONÇALO

O show estava marcado para as 19:00hs. Começou às 22:00hs. A razão? Ninguém sabe. A culpa não foi do cantor, que estava presente na casa desde cedo. E também não foram dos músicos, pois estavam todos a postos no horário correto. Seria do pessoal de apoio? Talvez... mas também estavam eles presentes e atuantes no horário programado.

O mais grave foi a decisão que a organização do evento tomou. Ao ver a impaciência da platéia, que começou a pedir o inicio do show – e isso era lá para às 21:00hs – apareceu um “DJ” para amenizar a situação e teve a infeliz idéia de lançar “pancadões” gospel enquanto o show não começava. De tempos em tempos, quando os ânimos se exaltavam um pouco mais, dizia ele que o PG estava chegando... que o PG já estava na casa... que o PG iria se apresentar daqui a pouquinho e etc. Uma falta de respeito, pois todos já tinham visto PG circulando pela casa, bem como pelos seus arredores. A questão do atraso do início do show em nada tinha a ver com a ausência ou atraso do cantor.

Simpático, lá foi o cantor começar seu show com três horas de atraso. Também não deu nenhuma explicação. Oração? Não fazia parte do roteiro do show. Pelo menos, não no inicio, visto que não fiquei até o fim. Bíblia? Livro totalmente fora do contexto da noite. Reflexão? Não, mas pelo menos havia refletores!

Foi um belo show. A casa cheia. Jovens com muita energia. Som e iluminação perfeitas. E uma banda extremamente carismática acompanhando um cantor que entoou mais de 10 músicas ao vivo, sem nenhum auxílio vocal que não sua própria voz e a da platéia. PG é muito simpático, atencioso e tem excelente presença de palco. Corajoso, usa uma linguagem não muito bem quista nos círculos mais tradicionais do meio evangélico, mas, atinge o coração e a mente de um público cujos métodos mais ortodoxos jamais alcançariam. Ele é a prova de que ser cristão e ser careta não são sinônimos.

Todavia, não sei e nem quero saber se é com boa intenção que ele assim procede. Não sei se é para atrair jovens ao evangelho ou adaptar o evangelho a uma classe de jovens que jamais seriam – e continuam não sendo – cristãos, e assim, lucrar financeiramente com esse suposto fã clube.

O que eu sei é que um “show” evangélico, deveria ter oração, testemunho e pregação. PG tem uma história de conversão muito linda e lá havia jovens fornicários, viciados, profanos, solitários, carentes... enfim, havia um grupo de pessoas necessitadas de um encontro com o Senhor. E nada obtiveram além de um belo show de rock gospel. Como profissional, PG foi quase perfeito. Como cristão, acho que deixou a desejar ao desperdiçar esta grande oportunidade. Visto ser ele um dos cantores mais influentes do meio cristão evangélico, porque não usar esta oportunidade para levar os jovens a um aprofundamento espiritual mais intenso?

Sonho com um dia em que o público evangélico irá aos shows de seus ministros de louvor (não cantores) munido de Bíblia e com um espírito voluntário para ouvir Deus falar. Se continuarmos indo a tais shows dos cantores gospel com a única disposição de balançar o esqueleto, paquerar, encontrar os amigos e nos divertir, qual será a diferença entre nós e os pagãos? Podemos argumentar que não há bebidas alcoólicas, drogas, cigarros e violência nos encontros evangélicos. Mas, não podemos apenas fazer a diferença pelo que não fazemos, e sim pelo que fazemos positivamente. Nesse ponto, a organização do show de PG, como a de todos os outros, ficou devendo.